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Identificação é um processo psíquico pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma
propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo
dessa pessoa. (Laplanche & Pontalis, 1983).
Em se tratando de psicanálise a análise do processo de identificação não é sob um ponto de
vista lógico, mas sim imaginário e simbólico. O gatinho não é um leão, mas ele se imagina e
se vê dessa forma.
As etapas do processo de identificação compreendem: – Indiferenciação/Alienação (o eu é o outro) – Diferenciação (tem o eu e tem o outro) – Sujeito dividido (eu/Outro)
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As pessoas costumam ser elogiadas por serem coerentes, íntegras, constantes. É importante
termos uma sensação de ser um indivíduo (indivisível), buscamos isso para velar o que de
fato é, seres divididos, marcado pela falta.
O eu se constitui por palavras, significantes que fazem borda ao vazio do ser. Quando ecoa
a questão “quem é você?” a resposta tenta dar conta de um Ideal de eu, que é medido pela
régua implacável do supereu, que exige a plenitude vivida quando o seu eu era o eu ideal.
Rubem Alves escreveu um poema em que se pode perceber a nossa posição em relação ao
ideal de eu:
É mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é a ‘cena’. ‘Cena’ é um quadro belo
e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência amorosa. A busca amorosa é
a busca da pessoa que, se achada, irá completar a cena. Antes de te conhecer eu já te
amava…. E então, inesperadamente, nos encontramos com rosto que já conhecíamos antes
de o conhecer. E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que
procurávamos. A cena está completa. Estamos apaixonados. (Rubem Alves)
Até que em algum momento acontece algo que ameaça essa cena. O filho reprova na escola
e não é o sucesso imaginado, a filha desrespeita o pai e não afirma a sua certeza de ser um
bom pai. A esposa pede o divórcio dizendo que não é feliz. Em situações sociais, pode chegar
ao ponto de o marido matar a esposa para que ela não destrua a imagem de família feliz que
ele tem na sua moldura. “Melhor ela morta do que desconstruindo meu ideal”.
Essa discórdia nas relações interpessoais acontece dentro de cada um de nós.
O ideal de eu se constitui de forma singular. Algumas pessoas chegam a se aproximar do seu
ideal e lutam constantemente para mantê-lo. Já em outras pessoas, esse ideal é muito
elevado e por mais que o sujeito se esforce nunca se vê a altura de alcançar o seu objeto. O
sujeito pode atacar a si mesmo ou aos demais em seu entorno quando a experiência de
fracasso não confirma a imagem narcísica que ele criou de si mesmo.
Essa imagem narcísica nos dias atuais pode ser observada nos posts dos perfis da rede
social. A fotografia compartilhada é uma ilustração de quem queremos ser, de quem gostamos
de ser, é a maneira como queremos ser vistos (identificados).
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Quanto mais rígida é imagem do Eu ideal, mais estará em risco de quebrar, quando a
realidade não confirma a imagem ideal que criamos de nós mesmos, mais ansiedade
persecutória sentiremos.
Esse é um “conflito de identidade” que acontece ao longo de toda vida. Os idosos se deparam
com isso quando a redução da força muscular confronta a imagem de potência que tinham de
si. As mulheres quando entram na menopausa se confrontam com vários fatores físicos e
hormonais que racham a imagem narcísica de si. Em diferentes momentos da vida somos
confrontados com uma percepção (nossa) que ameaça outra percepção que também é nossa.
São inúmeras as experiências que nos confrontam e resultam em ameaça de desintegração:
Ex.: o melhor aluno no ensino médio se sentia contemplado quando obtinha sempre as
melhores notas. A experiência confirmava o ideal de eu. No vestibular foi aprovado para
medicina e lá todos os colegas eram igualmente bons, pois haviam sido os melhores de sua
escola no ensino médio. Em meio a muitos colegas bons, a experiência passou a ser
persecutória, “vão tirar o meu lugar”. A experiência não confirma mais o ideal de eu.
Sensação: angústia, medo, pânico, ameaça de desintegração, despedaçamento. Parecido
com o que foi sentido quando acabou a ilusão do narcisismo primário e o sujeito teve medo
de voltar para a fase esquize caótica anterior.
O processo de identificação é, então, um movimento de apropriação dos significantes, que
visa afastar o sujeito da experiência de angústia de castração, do retorno a fase esquizo, do
não senso, portanto, é uma resposta que pode ser em parte observado no comportamento e
no discurso.
A tarefa desta atividade extensionista é:
1. Observe passivamente o comportamento de uma criança que está aprendendo a
andar, quando ela consegue caminhar mais distante da mãe, até onde ela vai sem
olhar para trás? Ao observar crianças no final do primeiro ano e início do segundo ano
de vida é possível perceber a euforia pela independência, a iniciativa de sair sozinha
e o medo de não existir longe do outro. Mas, nessa hesitação (vou ou não vou), o que
a criança faz? (Volta, segue ou fica parada?) De acordo com que você observou, em
que fase do processo de identificação se encontra essa criança? (máximo de 15 linhas – valor 4 pontos)
2. Converse com um idoso que tenha por volta de 80 anos e faça essas perguntas:
• Em que momento da sua vida começou a se sentir idoso?
• Quais foram os fatores que lhe chamaram a atenção para o fato de já ser um
idoso?
• A partir dessas respostas, faça uma análise e descreva se você consegue
percebe um conflito de quebra narcísica? Justifique a sua resposta. (máximo
15 linhas – valor 3 pontos)
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3. Entreviste uma pessoa ou um grupo de pessoas que saiu de seu país e passou a viver
em outro e faça as perguntas a seguir:
• Quais foram os conflitos vivenciados em uma cultura diferente?
• Quais foram as os elementos do novo lugar facilitaram o novo processo de
identificação?
• Quais foram as renúncias identitárias que teve que fazer para se adaptar ao
novo lugar? (Máximo 15 linhas – valor 3 pontos)
Agora é só salvar esse documento em PDF e postar lá no AVA dentro da ATIVIDADE
EXTENCIONISTA: MECANISMO DE ITENDIFICAÇÃO > TRABALHOS > ENTREGAR.
Obrigada e parabéns pelo engajamento na proposta!
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