1ª QUESTÃO
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CASO CLÍNICO – OBESIDADE
É possível um paciente ser obeso e apresentar carências nutricionais?
Assista à reportagem “Relação entre obesidade e desnutrição” produzida pelo Globo Repórter, com duração
de 5 minutos. Observe o contexto dessa problematização.
Fonte: https://globoplay.globo.com/v/11537495/. Acesso em: 26 abr. 2024.
A transição nutricional ocorreu emaranhada às demais mudanças observadas na epidemiologia e em
questões sociodemográficas. Anteriormente, o manejo de doenças infectocontagiosas e o enfrentamento da
fome eram os antigos problemas de ordem primária. Considerando o atual padrão do estilo de vida
ocidental, as doenças crônicas não transmissíveis e a obesidade tornaram-se mais prevalentes, exigindo
novas estratégias de saúde pública para mudanças no panorama populacional. Apesar do aumento de peso
observado, a desnutrição não deixou de existir. O novo cardápio do brasileiro, com ‘poucas frutas e
hortaliças, muita carne engordurada e refrigerante todos os dias’, explica a coexistência de obesidade e
carências nutricionais, onde há um excesso de calorias e deficiência de vitaminas e minerais. Por isso, o
Ministério da Saúde do Brasil e outras Instituições Governamentais, como a Organização Mundial da Saúde,
estão dedicadas a promover adequação de hábitos alimentares como um fator central na promoção da
saúde (Brasil, 2014).
A desnutrição em pacientes obesos tem como causa central o consumo de alimentos hipercalóricos e de
baixa densidade nutricional, ou seja, alimentos ricos em calorias, porém pobres em nutrientes. Sabemos que
os ultraprocessados e fast foods fazem parte do padrão de alimentação da maioria dos brasileiros,
substituindo preparações culinárias como arroz e feijão. Além de hipercalóricos, os alimentos
ultraprocessados contêm alto teor de sódio, açúcar adicionado e gordura saturada, componentes que
apresentam restrições de ingestão diária.
Você, que agora é estudante de nutrição, já deve ter ficado curioso para saber sobre as calorias presentes,
por exemplo, em uma fatia de pizza de calabresa, em um hambúrguer duplo com bacon ou em um
milkshake. Além disso, você também já deve ter se atentado sobre a quantidade de sódio, açúcar adicionado
e gordura saturada desses alimentos, especialmente com a nova rotulagem nutricional frontal (Brasil, 2022).
Você já refletiu sobre a falta de nutrientes dessas preparações?
Depois da reflexão da falta de nutrientes dessas preparações/alimentos, imagine uma pessoa que adota um
padrão de alimentação baseado em alimentos ultraprocessados, hipercalóricos e ao mesmo tempo com
baixa disponibilidade de micronutrientes ao longo de meses, anos… Como você sugere que estaria a saúde
desse paciente? Quais as chances de o paciente estar em obesidade? Quais as chances de estar desnutrido?
Priorizar melhores escolhas alimentares é fundamental no manejo da Obesidade e da Síndrome Metabólica,
como estudado ao longo da Unidade 4 do Livro da Disciplina de Dietoterapia.
Como apresentado na introdução do capítulo da Unidade 4, a obesidade é considerada um grupo
heterogêneo de condições com múltiplas causas, que, independentemente dos diferentes fatores
associados, requer excesso de ingestão energética em relação ao gasto para a deposição de gordura
corporal. Contudo, apesar desse ponto comum, os fatores de predisposição ambientais, comportamentais e
genéticos, as manifestações endócrino-metabólicas e a avaliação dos riscos serão individualizados e devem
ser norteadores para as decisões da conduta nutricional (Cuppari, 2002).
A alimentação exerce, de fato, um papel importante na prevenção e tratamento de doenças crônicas,
incluindo a obesidade e manifestações da Síndrome Metabólica. A perda de peso ponderal é prescrita para
pessoas com obesidade, pois é preciso que haja déficit calórico para que o processo de emagrecimento
ocorre, ou seja o padrão alimentar deverá ser, no geral, de menor densidade energética, somados aos
incrementos na Taxa de Metabolismo Basal (TMB) pela prática de atividade física.
Contudo, a perda de peso deve ser sustentável, em ritmo lento e gradativo, evitando a escassez de macro e
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micronutrientes.
Evidências científicas apontam a relação inversa entre a ingestão de alimentos in natura e minimamente
processados e essas desordens, por isso dietas como a do mediterrâneo são recomendadas. Nesse tipo de
padrão alimentar, há abundância de fibras, vitaminas, minerais, gorduras saudáveis e compostos bioativos
como os antioxidantes, por isso são considerados padrões de alta densidade nutricional e que possibilitam
cumprir aspectos da conduta dietética para obesidade, apresentados ao longo da Unidade de Dietoterapia
na Obesidade e Síndrome Metabólica.
Fontes: adaptado de:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf;
https://www.cfn.org.br/index.php/noticias/governo-e-sociedade-constroem-estrategia-de-prevencao-aobesidade-no-pais/; https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-ter-pesosaudavel/noticias/2022/sobrepeso-e-obesidade-como-problemas-de-saude-publica. Acesso em: 26 abr.
2024.
Cientes do papel do nutricionista na prevenção e tratamento da obesidade, conhecer os alimentos e a
composição de refeições a partir dos conceitos de densidade energética e densidade nutricional contribui
para a atuação na prática clínica.
Nessa etapa do MAPA, convido você a fazer leitura do material complementar que descreve a partir de
imagens a comparação de alimentos com alta e baixa densidade calórica. Reflita sobre os desafios de
priorizar uma alimentação de alta densidade nutricional e mais baixa densidade energética.
Fonte: MICALIS, F. G. Instrumento imagético para orientação nutricional. 2014. 112 f. Dissertação
(Mestrado em Nutrição) – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto.
Responda:
Você é o nutricionista clínico da Paciente N.A.L, 29 anos, classificada com IMC 37 kg/m2 após aferir peso (89
kg) e altura (1,55 m). Em sua avaliação, você também realizou a medida da circunferência da cintura (CC),
que é de 95 cm. A paciente trouxe seus exames laboratoriais recentemente realizados a pedido do
Endocrinologista, apresentando os seguintes resultados:
Glicemia: 135 mg/dL
Triglicerídeos: 195 mg/dL
Colesterol total: 230 mg/dL
HDL: 35 mg/dL
A paciente se diz sedentária, trabalhando de casa pelo computador. Não faz nenhuma refeição acordar, mas,
por volta das 10h relata consumir alguma bolacha recheada ou bolo de pacotinho, pois geralmente tem
reuniões estressantes na parte da manhã e, por isso, fica ansiosa, com vontade de comer doce. Geralmente,
não tem tempo de cozinhar e, como mora sozinha, prefere comer comidas prontas industrializadas, como
lasanha congelada e escondidinho de carne, no horário do almoço. Durante o período da tarde,
normalmente belisca salgadinhos de pacote e à noite pede comida pronta pelo aplicativo (pizza e lanches
com batata frita) e janta no sofá enquanto assiste televisão para desestressar. Costuma trocar a ingestão de
água por refrigerante.
Ao perguntar sobre como a paciente tem se sentido, ela relatou que se sente cansada, com dificuldade de
memória, com fezes endurecidas e dor ao evacuar, sem disposição para fazer atividades físicas e frustrada
por não conseguir emagrecer, apesar de diversas tentativas passadas. Quando você a questionou sobre essa
tentativa de emagrecimento, a paciente disse que fazia jejum e apenas 1 refeição ao dia, mas se sentia
muito fraca.
Após avaliar cuidadosamente o caso, responda:
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1) Qual a hipótese de diagnóstico nutricional da paciente considerando suas medidas antropométricas, seus
exames bioquímicos, seus hábitos dietéticos e seus sintomas relatados?
2) Visando um emagrecimento saudável e sustentável, qual a meta de perda de peso você sugeriria para a
paciente?
3) Considerando a Dietoterapia proposta pela ABESO e descrita na Unidade 4 do livro da disciplina, indique
qual a conduta para o emagrecimento saudável (considere as características físicas e químicas; não precisa
fazer o cardápio).
4) Ciente da importância da adesão do paciente no plano alimentar e de mudanças comportamentais
sustentáveis, quais orientações você faria para a paciente em relação aos seus hábitos, preferências e
escolhas alimentares?
5) Considerando seu papel de educação alimentar e nutricional, apresente um material orientativo para a
paciente, o qual mostra a diferença entre densidade calórica e densidade nutricional (utilizar imagens para
comparação – pode usar imagens da internet).
OBS: use o formulário Padrão MAPA, que está disponível em “Materiais da disciplina”.
Orientações para anexar sua imagem: na barra de ferramentas superior deste arquivo, clique em: INSERIR>
IMAGENS e procure onde sua imagem foi salva em seu computador e anexe a mesma neste formulário.
ALTERNATIVAS
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