Ao estudarmos a disciplina de Literatura Portuguesa, normalmente nos vem à mente os textos dos grandes
escritores portugueses e, na maioria das vezes, esquecemos dos inúmeros países e locais que foram colônias
de Portugal, os quais têm a língua portuguesa como oficial e também vêm produzindo excelente literatura
ao longo de décadas e séculos.
Pense: como foi e é representada a cultural regional nesses países colonizados? Não é uma resposta
simples, mas devemos compreender que a língua e a literatura são, por vezes, instrumentos de opressão e
libertação cultural. Vejam esses exemplos:
Poucas crianças fora da Etiópia haviam ouvido falar das igrejas monólitas de Lalibela, verdadeiras proezas da
engenharia. Poucas crianças além dos limites da África austral sabiam o que foram as ruínas do Grande
Zimbábue
. . .
. Os currículos escolares recusavam-se em considerar o Egito antigo como uma civilização africana e, a
fortiori, negra. Os argelinos aprendiam que o seu país era um atrasado prolongamento da França.
. . .
No século XX, o progresso científico africano foi retardado, em parte, porque aos africanos foi-lhes imposto
esquecerem que, outrora, eles próprios haviam sido criadores científicos. Mesmo aos egípcios, inventores da
civilização, foi-lhes ensinado a esquecerem o seu papel.
Fonte: MAZRUI, A. et al. Tendências da filosofia e da ciência na África. In: MAZRUI, A. (Org.). História Geral
da África: África desde 1935. São Paulo: Cortez/Unesco, 2011. p. 770.
A partir dessa reflexão, escreva um texto dissertativo com o seguinte título: “A importância do uso da
língua colonizadora como instrumento de libertação cultural”.
Lembre-se que o seu texto deve ter no mínimo 15 linhas e no máximo uma página, linguagem formal, seguir
as normas da ABNT, citar pelo menos um teórico e usar a estrutura da dissertação (introdução,
desenvolvimento e conclusão).