UM FALANTE E VÁRIOS DIZERES
Texto 1
Para a Sociolinguística a língua é heterogênea e está sempre em processo de variação e mudança. Isso
significa que não é possível se fixar somente em uma tradicionalidade que defende uma língua homogênea,
estanque e pautada em 10 classes gramaticais herdadas da antiguidade greco-latina.
Segundo Vieira (2018) essa tradicionalidade gramatical, amparada em um conjunto fechado de princípios,
regras e leis foi transmitida entre gerações, ao longo dos séculos, e acriticamente obedecida. Uma espécie
de campo doutrinário com supostas verdades incontestáveis sobre o ensino de uma língua imutável e
amparada na noção dicotômica do “certo” e “errado”.
Tais preceitos tradicionais, há muito tempo, deixaram de atender às demandas cotidianas que os falantes
estão inseridos, tanto nas suas atuações pessoais quanto nas formações específicas para atender ao
mercado laboral que exige colaboradores com boa performance comunicativa. Para isso, é imprescindível
um conhecimento linguístico que atenda a cada situação vivida pelo falante e, obviamente, que vá além de
teorias antepassadas que condenam as inevitáveis mudanças.
As tipologias variacionais, especificamente a diafásica (ou estilística), disponíveis na Unidade 2 do seu
material de estudos, é uma alternativa pedagógica da Sociolinguística para refletir o comportamento do
falante, pois analisa “
. . .
o uso diferenciado que cada falante faz da língua, conforme a situação de comunicação em que está
inserido
. . .
” (SILVA, 2020, p. 77).
Eu e você variamos nosso modo de falar (e também de escrever) de acordo com o grau maior ou menor de
formalidade que a situação exige, pois “Cada um desses tipos de situação vai exigir do falante um controle,
uma atenção e um planejamento maior ou menor do seu comportamento em geral, das suas atitudes
. . .
” (BAGNO, 2007, p. 45). Como nos diz o autor “Não escrevemos um bilhete para o namorado da mesma
maneira como escrevemos uma carta de apresentação a uma empresa onde estamos tentando obter uma
vaga para trabalhar” e complementa “
. . .
não existe falante único
. . .
” (BAGNO, 2007, p. 45).
Fonte: BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo:
Parábola, 2007.
SILVA, V. L. da. Linguística II. Maringá: UniCesumar, 2020.
VIEIRA, F. E. A gramática tradicional: história crítica. São Paulo: Parábola, 2018.
Situação
Como todos os falantes, você monitora seu texto oral ou verbal, de acordo com a situação vivenciada. Por
isso, você vai aplicar a variação estilística em duas situações, sendo uma formal (exemplo: você
apresentando o resultado da sua pesquisa de Iniciação Científica, no seu polo) e outra informal (exemplo:
você com a família em um almoço de domingo) e vai representar essa situação em um texto de uma página,
utilizando diálogos (não esqueça de pesquisar a pontuação utilizada nessa tipologia textual). Apresente um
cabeçalho explicativo antecedendo o diálogo para que o leitor entenda a situação, e não se esqueça: são
dois textos, ou seja, um para cada situação.
Recomendações:
1) Leia a Unidade 2 do material de estudos.
2) Assista à aula conceitual, ao vivo e à explicação do mapa.
3) Fique à vontade: pesquise sobre o tema e utilize na resolução do problema.
Atenção:
a) Atente-se às instruções e intervenções realizadas pelos professores formadores e mediadores em aulas ao
vivo e no ambiente on-line de aprendizagem (Studeo), por meio do Mural de avisos e Mensagem.
b) Assista ao vídeo com explicações sobre a realização da atividade, que está disponível no mural de avisos.
c) A atividade deve ser apresentada no formulário padrão, que está disponível no material da disciplina.
d) A atividade precisa ser desenvolvida por você, portanto não utilize cópias indevidas de atividades já
realizadas por terceiros, assim como cópias indevidas de textos disponíveis na web.
*Em caso de dúvida, entre em contato através do Fale com o Mediador!